Em junho/2016, a confreira escalada para escolher o tema, os países produtores e a harmonização dos vinhos para o encontro mensal da Confraria Feminina do Vinho de Curitiba, fui eu. Escolhi os inusitados e interessantes vinhos Laranjas, produzidos pelo método ancestral de vinificação, desde a época da república
da Geórgia, no Cáucaso, quando a bebida em geral era produzida da mesma maneira, em ânforas de terracota e guardados em contato com a casca por meses. Hoje, os exemplares mais conhecidos vêm da Itália (em especial do Friuli) e da Eslovênia. Os vinhos
brancos de cor alaranjada, geralmente são feitos com uvas sobremaduras. O produtor Josko Gravner, é considerado o “papa” do vinho laranja, e faz o processo como antigamente: em ânforas de terracota onde
fermenta e guarda seus vinhos laranja em Friuli, na Itália, desde o ano de
2.000. Fui lá no Google para saber um pouco mais sobre eles e entre uma definição e outra, fiz um mix das informações e acredito, que fica fácil de entendê-los. "Vinho laranja ou “wine orage” ou ainda “âmbar”, é um branco
produzido de forma semelhante a um tinto – ou seja, o suco da uva fica em
contato com as cascas por bastante tempo. É esse contato, maior ou menor, é que
dá cor aos vinhos – a cor é extraída da casca, adquirindo,
desse modo, elementos como polifenóis, alguma cor (alaranjado ou âmbar) e
textura rugosa. Alguns deles são melhores descritos por termos como “viscosos”
ao invés de “densos” ou “de bom corpo”. O vinho Laranja pode
ser classificado como vinho branco por também usar uvas brancas em sua
produção. Carrega o frescor do vinho branco e a estrutura e características do vinho tinto. Tem acidez, taninos e aromas. São vinhos de guarda podendo ser guardados para melhor qualidade no aroma e no sabor, por até 20 anos. Fotos por Márcia Toccafondo.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju51ce9SpM1XXZQtNt_IxIIelY7dl0K8-SpOJ9QOKaeDjffnSH4Ja_-F4spTmWBWGdSpkPAzfOZS-wassn9KqvOfCgZlfS0WhKyucxzZ3cZ03W3ya31NDk5ITY4OdXHhKA7U9Fh7dry7o/s640/13501593_10209870621710081_3711812039747561081_n.jpg)
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O vinho Laranja deve ser servido de preferência, em taças grandes do tipo Borgonha, mas como usei a louça do salão de festas, servi na que tínhamos, sem alteração de aromas e sabores, já que os decantei antes de servir.
Atentas a minha explanação: Sandra Lunedo, Mônica Meira, Sandra Zottis, Maria do Carmo Bado, Eunice Rocha, Analzira Carvalho Carneiro, Sueli Rita Floriani de Martínez, Isabel Pudles e Marlene Beck.
Os Vinhos Laranjas, degustados na agradável noite da Confraria Feminina do Vinho de Curitiba, fui buscar na importadora Decanter, em Curitiba, que me cedeu a pedidos, a ficha técnica de cada vinho. Apresentei primeiramente o mais antigo, pela cor, e que conseguimos por aqui: o vinho Laranja português Reserva Pessoal Branco 2005, do produtor Alves de Sousa, da região do Douro- ( R$ 317,90). Classificação Geral: Douro D.O.C.. Castas: Predomina Gouveio, Malvasia Fina e
Viosinho, mais outra dezena de castas autóctones do Douro. Graduaçã Alcoolica: 12,5° GL, Produção Estimativa de guarda: 15 anos
+. "Coloração
dourada de média intensidade. No nariz os aromas são amendoados, fumados e
resinosos, num conjunto que ainda apresenta especiarias ao fundo. Rico,
texturado, de acidez firme e largo final. Aromas
amendoados, fumados, resinosos e especiados. Rico, texturado, de acidez firme e
conjunto que mantém elegância." Dettori
Bianco 2013 – Sardegna/Itália – (R$
219,70. O Dettori é o mais original
produtor da Sardenha no momento, 100% Vermentino, álcool: 14%, 36 meses em cubas de cimento inerte.
Coloração dourada, não completamente límpida. Estonteante complexidade no
nariz, com laranja confitada, jasmim, mel, cereal, fumado e ervas. De grande
estrutura, sápido, com acidez que confere garra ao conjunto. Potencial de
guarda: 15 anos +. Vinho Laranja: Vitovska
2011, Produtor: Zidarich. Região: Friuli – Itália - Carso – Duino-Aurisina, localidade de Prepotto. Castas: 100% Vitovska Graduação Alcóolica: 12° GL. "Coloração dourada, um pouco turva
pela não filtração. Pura sedução olfativa, com flor de laranjeira, menta,
cereal tostado e impressões iodadas. Rígido em boca, com percepção tânica,
mineral, não faz um estilo consensual. Longuíssimo final. Pura
sedução com flor de laranjeira, menta, cereal tostado e iodo." O Laranja Simcic
Rebula 2014 – Eslovênia – R$
150,30 . A
Simcic é a locomotiva qualitativa da região. 13,5% Álcool, 100% uva Ribolla (a grande casta branca dos vinhos Laranjas), 8 meses em cubas de aço inox. Coloração palha de média
intensidade, reflexos dourados. No olfato cítricos, maçã, e alguns toques
amendoados. Estruturado, denso e mineral. Tempo de Guarda: 15 anos +. "Coloração palha de
média intensidade, reflexos dourados. Traz no olfato cítricos, maçã e alguns
toques amendoados. Estruturado, denso, com marcada mineralidade. Olfato cítrico, de
maçã e toques amendoados. Estruturado, denso e mineral."
Confreiras presentes ao encontro regado a vinhos Laranja: Analzira Carvalho Carneiro, Mônica Meira, Sueli Rita Floriani de Martínez, Isabel Pudles, Marlene Beck, Sandra Lunedo, Sandra Zottis, Maria do Carmo Bado, Eunice Rocha e eu, Márcia Toccafondo.
A cor é linda, com variações de tons que vão do amarelo palha ao âmbar. O processo começa pela escolha das castas, já que é preciso uma casca grossa e bastante compostos fenólicos
antioxidantes para que resistam ao tempo (oxidação). As mais usadas são: Ribolla
Gialla – com
pele grossa, bastante acidez e muito saborosa, é a principal uva branca da região
de Friuli-Venezia Giulia (Itália) e de Brda (Eslovênia), sendo uma das castas mais
usadas nos vinhos laranjas italianos e resultando vinhos encorpados. Sauvignon
Vert - uva
branca da região do Vêneto com grande presença na região de Friuli,
que posteriormente se espalhou para toda a Itália e resto do mundo e a Pinot
Grigio (ramato em italiano), é muito parecida com a Pinot Noir. Esquecida por muitos anos, voltou ao cenário devido aos vinhos laranjas, em 2005, goza de grande popularidade e resulta em vinhos alcóolicos, uma das características do vinho laranja.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDkFpP3JGWjZrFucg2_B7A4KdNItKs5fun65J2qBmXFsLbrmg_ID02joCQAov0V00cmmCaZP1p9UrPcNpo4vE-KJlYIEokAEOfaatC8pobyfhHjmgy-TH_4tR84Kj5FZfe8FtzD1zTY0c/s640/13501839_10209870620950062_2396193406729558862_n.jpg)
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Como o vinho Laranja é muito democrático e de ótima harmonização, e como o nosso inverno curitibano pede comida quente, escolhi fazer eu mesma, uma sopa de capeletti com queijos, champignon, palmito e azeitonas, servida no pão italiano. O resultado agradou as confreiras presentes ao encontro que aconteceu no salão de festas do meu edifício, seguiu em clima aquecido e descontraído...
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Fotos: Márcia Toccafondo.