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Punk de gala

O punk entra em cena novamente na moda em 2013. Após as recentes retomadas do grunge, do boho dos anos 70, e mais recentemente de elementos do rock, o punk ressurge como pauta com a exposição "Punk: Chaos to Couture", que entra em cartaz no Metropolitan Museum of Art (Met) em Nova York no próximo dia 9.

No baile anual de gala do Met, realizado na noite dessa segunda-feira (06), referências não faltaram em looks que prestaram homenagem ao movimento e seu visual icônico e transgressor. Concebido originalmente por Vivienne Westwood e Malcom McLaren, o punk da pequena loja de Londres foi trazido à tona pelos Sex Pistols, e influenciou toda uma geração de jovens e músicos. E continuou influenciando outras que viriam a seguir.
A estilista britânica Vivienne Westwood continua a produzir coleções que refletem a rebeldia e transgressão e é defensora do punk como atitude de espírito, além de seu viés estético

Os Sex Pistols tiveram grande papel em difundir o visual punk que traduzia na maneira de vestir o espírito das letras e da mentalidade jovem que queria ser contestadora do que lhes era imposto e não condizia com um novo modelo de pensamento

Os visuais apresentados no tapete vermelho do Met não são cópias fiéis daquele punk literal dos meninos de God Save the Queen, que incorporavam muito preto, jeans, roupas rasgadas, tachas, alfinetes entre outros elementos em apenas um visual, poluído intencionalmente. Mas não falharam em prestar homenagem.

Gwen Stefani sempre incorporou elementos punk em seu modo de vestir. A cantora, que tem o punk em suas raízes musicais, escolheu fugir do óbvio e trouxe referências mais sutis do movimento na produção. O estilo de penteado, que lembra o undercut ou moicano baixo, os cabelos descoloridos e a gargantilha no estilo coleira já seriam suficientes para dar o ar punk à uma produção de blacktie. Os recortes do vestido, cartela de cores e a clutch angulosa completam a referência.



Os recortes, aliás, foram escolhidos por várias convidadas. Aliado ao preto total, gera um visual impactante, como nas produções de Miranda Kerr e Carey Mulligan. Miranda completou com uma clutch de espinhos, e Carey referencia a customização com o alfinete em destaque no vestido. As maquiagens fortes, de Miranda com o batom vinho e Carey com os olhos pretos esfumaçados também caracterizam o punk



Outra produção que merece destaque é a de Anne Hathaway, que soube incorporar com maestria o espírito da homenagem. A atriz descoloriu e subiu os cabelos para a ocasião, apostou em maquiagem pesada nos olhos e com ângulos marcantes e não focou nas jóias. O vestido, com transparência em recortes, mangas longas, brilhos e aplicações, seria digno de uma rainha punk naqueles primeiros anos de movimento e, por que não, de um tapete vermelho que honra a transgressão e estilistas que, como Vivienne, tiveram coragem de inovar e ousar na moda de seu tempo. Digno de aplausos.


Sarah Jessica Parker optou por um viés diferente da maioria. Apostou em estampa e modelagens fortes, que remetem às silhuetas rasgadas e construídas com sobreposições e misturas de elementos, e chamou a atenção no acessório de cabeça: ao invés de puxar o cabelo num topete, como foi feito por outras convidadas, a atriz e ícone de moda veste uma linda peça que representa um moicano de pé, penteado característico do imaginário punk.




O look de Madonna é uma reinterpretação moderna do que se imagina ser o traje punk. Talvez certo para a ocasião, o visual Givenchy deixa a desejar, porém, na imaginação. Com muitos elementos literais, o xadrez, as tachas, as correntes, meia arrastão e a silhueta mini combinados em uma mesma produção, apenas reforça o que já é tido como Punk.  Sem novas apropriações, não sai da literalidade, quase que como uma "fantasia de".



Para conferir mais do Tapete Vermelho do Met, acesse a galeria do site da Vogue Brasil: http://vogue.globo.com/moda/red-carpet/fotos/2013/05/baile-do-met-2013-siga-movimentacao-e-os-looks-do-red-carpet.html

por Camila de Souza Faria